49.5x68cm
650,00 €
LIMA DE FREITAS
José Lima de Freitas (Setúbal, 22 de junho de 1927 — Lisboa,
5 de outubro de 1998) foi um pintor, desenhador e escritor português.
Duas Ilustrações para a Lírica de Camões, 1960, desenho, 21
x 28 cm cada
Lima de Freitas frequentou a Escola Superior de Belas Artes
de Lisboa. Tendo aderido ao neorrealismo logo em 1946, iria desempenhar um papel
importante e demorado no movimento através não apenas da sua obra plástica mas
também da escrita, tornando-se numa voz ativa no questionamento das vias
surrealistas e abstratas em afirmação na arte portuguesa nos anos de 1950. A
opção neorrealista evoluiria ao longo da década seguinte para uma "arte
espiritualizada de teor algo teosofante, totalmente arredada da fé neorrealista
dos anos 40".
Pintor e desenhador, na sua obra é de destacar a extensa
atividade como ilustrador para publicações nacionais e estrangeiras. Viveu em
Paris entre 1954 e 1959 e trabalhou para editoras norte-americanas; ilustrou
romances de J. Conrad (Nova Iorque), Afonso Schmidt (Varsóvia) e inúmeros
contos em revistas francesas, alemãs, espanholas, brasileiras, etc. Em Portugal
assinalem-se as suas ilustrações para Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, para
Os Lusíadas e para a Lírica de Luís de Camões, ou para O Bobo de Alexandre
Herculano.
Expôs coletivamente inúmeras vezes desde 1946, nomeadamente
nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (SNBA, Lisboa), nas I e II Exposições
de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, na II Bienal de S. Paulo,
Brasil, etc. Realizou exposições individuais desde 1950, entre as quais:
Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa; Galeria de Março, Lisboa; Galeria do
Diário de Notícias, Lisboa; Museu Regional de Évora; Galeria Divulgação, Porto;
Galeria Abril de Madrid; etc.
Para além dos textos publicados em jornais, revistas ou
catálogos de exposições, publicou títulos como Pintura incómoda (1965), Almada
e o número (1977) e Imagens da imagem (1977).
Foi um respeitável Mestre da Maçonaria. Foi docente do IADE
– Instituto de Arte e Decoração de Lisboa e Presidente da Comissão Instaladora
do Teatro Nacional D. Maria II, que reabriu as portas ao público em Maio de
1978, após 14 anos de obras de reconstrução. Foi agraciado pela Câmara
Municipal de Setúbal com a Medalha de Honra da Cidade. Recebeu as condecorações
de Chevalier et Officier de L’Ordre du Mérite, atribuídas pelo Governo francês
e o título de comendador da Ordem de Santiago da Espada.
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